Depois de ter lido com imenso prazer o primeiro The Common Reader, este segundo volume foi um tanto decepcionante. Muito menos interessante, em grande parte porque a maior parte dos ensaios diz respeito a escritores que só conheço de nome, como Meredith, Dorothy Wordsworth, Donne, etc. À excepção do último texto (How Should One Read a Book?), não há aquilo a que hoje chamaríamos artigos de opinião, embora ao longo dos diferentes ensaios, como habitualmente, Virginia Woolf vá apresentando os seus pontos de vista. Resta no entanto a extrema elegância da sua escrita, como sempre, e algumas afirmações e opiniões que vale sempre a pena ler e difundir. Virginia Woolf amava verdadeiramente os livros e a leitura, um traço curioso e pouco comum era o seu gosto em vasculhar livros e autores menores ou caídos no esquecimento, aquilo a que chamava "o cesto de papéis da Literatura", e que por vezes fornece pormenores tão esclarecedores e interessantes. Passo a citar alguns exemplos (mais uma vez, não me atrevo a traduzir Virginia Woolf):
(Depois de referir o conhecimento da vida e pensamento do escritor e a sua influência sobre a leitura da obra): "For the book itself remains. However we may wind and wriggle, loiter and dally in our approach to books, a lonely battle waits us at the end. There is a piece of business to be transacted between writer and reader before any dealings are possible [...] All alone we must climb upon the novelist's shoulders and gaze through his eyes..."
(Ou, mais tarde no mesmo ensaio - sobre Robinson Crusoe): "In masterpieces - books, that is, where the vision is clear and order has been achieved - he inflicts his own perspective upon us so severely that as often as not we suffer agonies - our vanity is injured because our own order is upset; we are afraid because the old supports are being wrenched from us; and we are bored - for what pleasure or amusement can be plucked from a brand new idea? Yet from anger, fear, and boredom a rare and lasting delight is sometimes born." - Que esplêndida forma de exprimir o impacto que um livro - dos que nos tocam como obras-primas - tem sobre nós!
(E no ensaio final): "The only advice, indeed, that one person can give another about reading is to take no advice, to follow your own instincts, to use your own reason, to come to your own conclusions."
E que melhor forma de terminar, testemunho de uma leitora apaixonada apreciado por qualquer leitor apaixonado? "Yet who reads to bring about an end, however desirable? Are there not some pursuits that we practise because they are good in themselves, and some pleasures that are final? And is not this among them? I have sometimes dreamt, at least, that when the Day of Judgment dawns and the great conquerors and lawyers and statesmen come to receive their rewards - their crowns, their laurels, their names carved indelibly upon imperishable marble - the Almighty will turn to Peter and will say, not without a certain envy when he sees us coming with our books under our arms, 'Look, these need no reward. We have nothing to give them here. They have loved reading.'"
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