Terminei recentemente de ler a extensa (800 páginas em paperback...) biografia de Gore Vidal por Fred Kaplan. Tratando-se de uma personalidade que admiro bastante, e tendo já lido a memória de 1995 Palimpsest, tinha algumas reservas, mas também muita curiosidade. No final, fiquei satisfeito - globalmente, penso que a biografia de Kaplan lhe faz justiça, suficientemente detalhada sem se tornar maçadoramente exaustiva e bastante equilibrada na descrição - sem julgamentos morais - das suas capacidades, defeitos e qualidades (utilizar o termo "virtudes" aplicado a Gore Vidal parecer-me-ia absurdo!). Fiquei com pena que acabe em 1999 (à data da publicação), já que depois disso houve o caso do diálogo com Timothy McVeigh, que não acompanhei na altura e sobre o qual gostava de me esclarecer; de resto, vou lendo algumas entrevistas de Vidal e acompanhei pelos media a morte de Howard Austen, a venda de La Rondinaia e a mudança para Los Angeles.
Já falei de Gore Vidal a propósito de Washington DC e de The Golden Age. O primeiro livro dele que li foi Juliano, penso que em 1990, e lembro-me de gostar, embora não me impressionasse especialmente. Depois li alguns dos romances do que veio a ser o ciclo Narratives of the Empire, que achei sempre muito interessantes, e li o hilariante Myra Breckinridge (e a sua continuação Myron) alguns anos depois; passei aos ensaios e a Palimpsest, e foi então que me rendi a Vidal, que actualmente aprecio mais como ensaísta que como romancista - eu e muitos outros, o que aparentemente desagrada ao próprio Gore. Continuo a apreciar Gore Vidal, e a admirar o seu espírito arguto e humor sarcástico, e a coragem que teve em abordar certos assuntos nos seus escritos e expor opiniões abertamente quando essa prática ainda estava longe de ser inócua para quem a realizava, e pela coerência e independência com que sempre se recusou a ser rotulado ou "engavetado", assumindo-se antes de tudo como um escritor e um intelectual, e não um escritor isto ou um activista aquilo. Por tudo isso, mesmo que actualmente, com mais de 80 anos e fisicamente incapacitado, se repita um tanto nas suas declarações, continua a merecer amplamente o nosso respeito e admiração - de certa forma, é graças a pessoas como ele que se foi vencendo a intolerância, mesmo que muito continue por fazer.
segunda-feira, setembro 18, 2006
domingo, setembro 17, 2006
Kind of in a sentimental mood...
Good times for a change
see, the luck I've had
can make a good man
turn bad
So please please please
let me, let me, let me
let me get what I want
this time
Haven't had a dream in a long time
see, the life I've had
can make a good man bad
So for once in my life
let me get what I want
Lord knows it would be the first time
Lord knows it would be the first time
The Smiths - Please, Please, Please Let Get What I Want
sábado, setembro 16, 2006
A propósito de Prime, de Ben Younger
O filme Prime (Terapia de Amor em Português) é uma comediazinha romântica, bem disposta, que vale sobretudo pelas actrizes - Meryl Streep excelente e Uma Thurman belíssima - e por alguns momentos hilariantes. No entanto, o assunto - a relação de uma mulher de 37 anos com um rapaz de 23, focada nos problemas da diferença de idades - fez-me pensar num caso análogo, passado com uma amiga minha. Aos 30 e poucos anos, iniciou um caso com um rapaz de 20 e poucos; além das suas próprias dúvidas sobre o futuro de uma relação com uma tão grande diferença de idades, questões como filhos, compatibilidades de amigos, envelhecimento dela antes do dele, etc, enfrentou muitas críticas de pessoas que a rodeavam. Mas - tal como no filme - ele fazia-a imensamente feliz (e vice-versa), e estava a viver a relação que de longe a satisfizera mais até ao momento. E, ao contrário das previsões de tantos "urubus" - e ao contrário do desenlace do filme - passados quase 10 anos eles continuam juntos e felizes. E mesmo que um dia se desentendam e separem, quantas relações resultam em 10 anos de felicidade? Falo nisto apenas para salientar que as coisas nem sempre são tão lineares como se pensa à primeira vista, e porque - talvez influenciado por este caso da vida real dos meus amigos - tive pena que o filme optasse pelo final convencional - o episódio com a mulher mais velha como um rito de passagem no crescimento do jovem macho, encarado com simpatia mas claramente como uma etapa passageira.
sexta-feira, setembro 15, 2006
Between the Woods and the Water, de Patrick Leigh Fermor
Como acho que já disse mais do que uma vez a propósito de outros livros, gosto muito de ler relatos de viagens. Sobretudo quando são tão deliciosamente suculentos como os de Patrick Leigh Fermor - terminei há dias Between the Woods and the Water, a continuação de A Time of Gifts, que li há uns anos.
Já não me lembro bem de quando ouvi falar de P. Leigh Fermor pela primeira vez, talvez na biografia de Bruce Chatwin, de quem foi amigo e de alguma forma um dos mentores. Depois, lembro-me de várias vezes ver A Time of Gifts no catálogo da editora Folio, onde durante alguns anos encomendei livros, e por fim comprei-o, numa época em que li vários volumes de memórias / viagens. Gostei imenso, e a continuação não lhe fica atrás. Espero bem que Leigh Fermor consiga publicar em breve a terceira e última parte! (Pois ele ainda vive, com 91 anos.)
Estes dois livros são o relato (escrito muitos anos depois e ainda inacabado) de uma viagem feita pelo autor na sua juventude - em 1933, uma espécie de enfant terrible da upper middle class inglesa, aventurou-se no projecto de viajar a pé até Constantinopla, atravessando a Europa ao longo dos eixos dos rios Reno e Danúbio), munido de um saco-cama emprestado por outro viajante famoso (Robert Byron, o autor de The Road to Oxiana) e uma bagagem reduzida ao mínimo, como uma espécie de vagabundo educado. A viagem durou quase dois anos, ao longo de uma Europa num momento particularmente significativo - pouco antes da 2ª Guerra Mundial, que iria transformar radicalmente toda a zona percorrida, que por isso mesmo ganha contornos simultaneamente nostálgicos e fantásticos, pois é de um outro mundo, entretanto desaparecido, que se fala. E a descrição de Patrick Leigh Fermor é fascinante - enriquecida pelos anos entretanto passados, em que PLF, um autodidacta inesgotavelmente curioso, acumulou conhecimentos enciclopédicos sobre tudo, desde botânica e zoologia a antropologia e etnologia (não admira que fosse uma das inspirações de Chatwin!), mas sobretudo a História europeia, o que torna o livro repleto de detalhes curiosos e interessantes áo longo de toda a narrativa. Por outro lado, o humor e optimismo da juventude (tinha 18 anos) tornam-se contagiantes.
O livro termina num tom nostálgico e inesperadamente melancólico, numa nota em que o autor informa que a zona onde se passa a parte final já não existe, submersa pela construção de uma gigantesca barragem no Danúbio pelas socialistas Roménia / Bulgária / Jugoslávia, assim destruindo uma paisagem fulcral na história da Europa desde o tempo dos Romanos. Não é uma diatribe sentenciosa contra o progresso, antes uma reflexão sobre a saudade e a nostalgia por um passado desaparecido.
Já não me lembro bem de quando ouvi falar de P. Leigh Fermor pela primeira vez, talvez na biografia de Bruce Chatwin, de quem foi amigo e de alguma forma um dos mentores. Depois, lembro-me de várias vezes ver A Time of Gifts no catálogo da editora Folio, onde durante alguns anos encomendei livros, e por fim comprei-o, numa época em que li vários volumes de memórias / viagens. Gostei imenso, e a continuação não lhe fica atrás. Espero bem que Leigh Fermor consiga publicar em breve a terceira e última parte! (Pois ele ainda vive, com 91 anos.)
Estes dois livros são o relato (escrito muitos anos depois e ainda inacabado) de uma viagem feita pelo autor na sua juventude - em 1933, uma espécie de enfant terrible da upper middle class inglesa, aventurou-se no projecto de viajar a pé até Constantinopla, atravessando a Europa ao longo dos eixos dos rios Reno e Danúbio), munido de um saco-cama emprestado por outro viajante famoso (Robert Byron, o autor de The Road to Oxiana) e uma bagagem reduzida ao mínimo, como uma espécie de vagabundo educado. A viagem durou quase dois anos, ao longo de uma Europa num momento particularmente significativo - pouco antes da 2ª Guerra Mundial, que iria transformar radicalmente toda a zona percorrida, que por isso mesmo ganha contornos simultaneamente nostálgicos e fantásticos, pois é de um outro mundo, entretanto desaparecido, que se fala. E a descrição de Patrick Leigh Fermor é fascinante - enriquecida pelos anos entretanto passados, em que PLF, um autodidacta inesgotavelmente curioso, acumulou conhecimentos enciclopédicos sobre tudo, desde botânica e zoologia a antropologia e etnologia (não admira que fosse uma das inspirações de Chatwin!), mas sobretudo a História europeia, o que torna o livro repleto de detalhes curiosos e interessantes áo longo de toda a narrativa. Por outro lado, o humor e optimismo da juventude (tinha 18 anos) tornam-se contagiantes.
O livro termina num tom nostálgico e inesperadamente melancólico, numa nota em que o autor informa que a zona onde se passa a parte final já não existe, submersa pela construção de uma gigantesca barragem no Danúbio pelas socialistas Roménia / Bulgária / Jugoslávia, assim destruindo uma paisagem fulcral na história da Europa desde o tempo dos Romanos. Não é uma diatribe sentenciosa contra o progresso, antes uma reflexão sobre a saudade e a nostalgia por um passado desaparecido.
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quinta-feira, setembro 14, 2006
Coldplay
Acho que os Coldplay têm melhorado notavelmente ao longo do tempo. Lembro-me de ouvir há uns anos Yellow e Trouble, e de as achar umas músicas bonitas mas um tanto xaroposas, de acordo aliás com o visual do grupo, uns rapazes muito imberbes e deslavados. Mais tarde, já apreciei mais In My Place e outras músicas desse álbum. Finalmente, com X&Y, acho que atingiram a maturidade e fizeram um grande disco - forte, belo, lírico sem ser piegas (só não gosto do início de Fix You, em que o falsetto de Chris Martin está um pouco excessivo). E é engraçado como a imagem da banda também melhorou, até estão mais bonitos, com um ar mais adulto. Não me impressiona especialmente a sua faceta "benemérita", e são terrivelmente clean, mas também acho que não é preciso ser infeliz e torturado para fazer e ainda bem que os rapazes são felizes e bem intencionados (e além de tudo, Chris Martin tem a sorte de ser casado com a bela Gwyneth Paltrow). A beleza da sua música é mais apolínea que dionisíaca, do género de nos fazer sentir bem, o que é necessário à vida, e é sempre bom conseguir esse tipo de beleza sem ser piroso nem sentimental no mau sentido. Concluindo: acho que o exemplar de X&Y que ofereci há meses à minha filha passará uns tempos largos na minha secretária.
quarta-feira, setembro 13, 2006
Chuva
Finalmente, o regresso da chuva anunciando o fim do Verão. Soube bem voltar a sentir a frescura e cheirar a terra molhada. No fim de contas, não foi um Verão de todo mau... Os períodos de férias foram agradáveis, o tempo em geral bom, mesmo o calor foi bem tolerado, sobrevivi às crianças em casa. No entanto, a morte do meu cão recobriu tudo de uma certa melancolia. Tenho saudades dele, sinto a falta dos nossos passeios matinais e nocturnos; de manhã sobra-me tempo e à noite sinto sempre que falta qualquer coisa. Sinto a falta dele.
Freakonomics, de Steven Levitt e Stephen Dubner
Li recentemente Freakonomics, um dos "livros-sensação" do ano passado. É interessante, mas como quase todos os "livros-sensação" oferece bastante menos do que promete; eu pelo menos esperava melhor. Os autores utilizam títulos muito bombásticos e titilantes, mas depois o conteúdo acaba por se revelar apenas o bom-senso que eles próprios começam por menosprezar. Também o apresentar Levitt como uma espécie de enfant terrible é uma manobra de marketing demasiado óbvia, ou o pretender que o livro trata de "tudo" é um pouco excessivo, já que basicamente desenvolve que os incentivos são aquilo que move o comportamento humano - e a Economia, e que o que importa é perceber quais são os incentivos e não assumir que seja apenas a sede de lucro.
No entanto, globalmente gostei, apesar destes (para mim) defeitos de forma que têm muito a ver com um certo "americanismo" publicitário para ajudar a vender livros nestes tempos em que o que as pessoas querem é entertainment de preferência titilante. Mas o livro fala de assuntos sérios e mostra alguns lados óbvios mas habitualmente negligenciados da realidade, o que só por si, e por cultivar algum cepticismo em relação às noções superficiais que a maioria das pessoas tem do mundo, já vale a pena. De resto, o tom dos autores, muito auto-elogioso, é por vezes um bocado irritante.
No entanto, globalmente gostei, apesar destes (para mim) defeitos de forma que têm muito a ver com um certo "americanismo" publicitário para ajudar a vender livros nestes tempos em que o que as pessoas querem é entertainment de preferência titilante. Mas o livro fala de assuntos sérios e mostra alguns lados óbvios mas habitualmente negligenciados da realidade, o que só por si, e por cultivar algum cepticismo em relação às noções superficiais que a maioria das pessoas tem do mundo, já vale a pena. De resto, o tom dos autores, muito auto-elogioso, é por vezes um bocado irritante.
terça-feira, setembro 12, 2006
O Milagre Segundo Salomé, de José Rodrigues Miguéis
O Milagre Segundo Salomé foi uma agradável surpresa. Tinha lido pouco de José Rodrigues Miguéis - A Escola do Paraíso há muitos anos, de que me lembro mal mas de que não gostei muito, e Uma Aventura Inquietante há alguns anos, de que gostei mas achei um livro menor. De modo que foi por acaso que comecei a ler este - no final das férias, quando se me acabaram os meus livros - o que muitas vezes produz bons resultados (serendipidade!).
Inicialmente, irritou-me pela linguagem, muito barroca, com excessiva utilização de arcaísmos, regionalismos, etc, expressões que geralmente pretendem dar um cunho "castiço" ou genuíno" a um texto, mas que geralmente apenas o sobrecarregam inutilmente e lhe retiram autenticidade, pois é difícil empatizar com um texto que soa algo artificial. No entanto, é engraçado como esse defeito vai diminuindo ao longo do livro, como se o autor se fosse entregando mais à narrativa, envolvendo-se nela, e esquecendo progressivamente os artifícios de estilo (claro que poderia dar-se o caso de simplesmente nos irmos habituando à linguagem, mas não me parece, mesmo porque reparei nisto durante a leitura).
Feita esta ressalva, achei o livro muito bom. Pinta um retrato inteligente, irónico e implacável da decadência da Primeira República, que tristemente se aplica à situação actual como uma luva - como Portugal muda pouco! - e por onde se percebe como o cenário era propício ao aparecimento de ditadores, sebastiões e... milagres. Os interlúdios em que o autor se alarga nestas descrições são por vezes palavrosos, mas compensam pelo conteúdo, como no impagável - e sinistro - retrato do grande capitalista, e sobretudo na espectacular descrição jornalística do Milagre, que acho tão perfeita que não resisto a transcrevê-la:
(Para situar a descrição: Salomé é uma jovem prostituta romântica e sentimental que vive por conta de um milionário; atravessando uma crise de consciência - existencial - vai em peregrinação nostálgica à sua terra natal, um fim de mundo nas Beiras onde guardava ovelhas. Pára nos montes nos arredores da aldeia, e vagueia um pouco ao fim da tarde, em estado de grande perturbação emocional, elegantemente vestida de seda branca, capa de cetim azul, estola de raposas prateadas e chapéu parisiense de lantejoulas; avista uns pastorinhos com os quais se comove e choca-se porque eles fogem dela, e regressa perturbada ao carro, chamada por golpes de buzina, enquanto estala uma tempestade.)
"Caso é que - rezam solícitos correspondentes - a treze de Abril e sexta-feira, ao sol-pôr, estando pesados e plúmbeos os céus, três crianças cujos nomes são de uma «bíblica» simplicidade: Jaquina, Maria e Manel, andavam a apascentar umas ovelhas no cerro de Lapa d'Ursos, sobranceiro ao lugarejo de Meca, quando, um pouco acima delas, no alto das rochas e sob as ramarias dum velho sobreiro que ali vingou crescer e afrontar os séculos e os temporais, se aperceberam de um clarão sobrenatural. Erguendo os olhos, avistaram uma figura de radiosa beleza, na qual sem hesitar reconheceram a benta imagem da Senhora das Dores, padroeira da freguesia, fervorosamente adorada na região.
Tinha na fronte a coroa cravejada de jóias, delas tão conhecida; o manto azul flutuava de manso na brisa do entardecer, e a túnica tinha a alvura das pombas da Aleluia. As névoas do ar, em torno dela, eram como arminhos leves ou revoadas de querubins; e toda ela irradiava auréolas. Ficaram a contemplá-la, medusadas de assombro. E logo - diz a Jaquina, pelas outras confirmada - a inefável imagem lhes estendeu os braços e disse: «Filhos, vinde a mim e orai!» A tais palavras, que eram pura música celestial, os três pastorinhos, vencidos de pavor, deitaram encosta abaixo, em direcção à aldeia, clamando pelas gentes, que viessem ver a Aparecida!
[...] Um pormenor que muito impressionou as gentes; os meninos afirmam ter ouvido, no momento da Aparição, o som repetido de trombetas anunciadoras da mística visita."
E o texto prossegue neste tom, com os efeitos provocados pelo milagre, as repercussões locais, depois nacionais, a atitude da Igreja, etc. Acho esta passagem soberba - de facto, no Portugal miserável e atrasado da época, de que outra forma poderiam interpretar o que viam os três brutinhos das berças? Acho uma das melhores explicações apresentadas até hoje para o milagre de Fátima... perdão, de Meca!
segunda-feira, setembro 11, 2006
Costa Vicentina
Uns dias de férias na Costa Vicentina, onde estão as praias mais bonitas de Portugal. Tive sorte com o tempo - excelente, incluindo a água do mar, que estava a uma temperatura divinal. Há muitos anos que não percorria aquelas paragens, e a viagem foi algo nostálgica, devido a uma outra pelos mesmos sítios, no Verão de 1989. Felizmente, a costa pareceu-me na mesma, exceptuando Porto Covo, que achei muito transformada pelo turismo. Mas nada se compararmos com a costa sul do Algarve - a partir de Sagres é uma autêntica desgraça - começa logo por uns mamarrachos de betão na Ponta de Sagres, de finalidade duvidosa e estética execrável, e que soube depois que estão lá plantados há mais de 10 anos. Lagos, de que tanto gostava na minha adolescência - Verões de acampamentos com amigos - está horrível: a cidade caótica e os arredores irreconhecíveis, onde era campo agora são casas, prédios, arruamentos, completamente incaracterístico e feio. E apesar de tudo, o mar lá continua tão azul e luminoso como sempre.
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