Mais um exemplar de um tipo de literatura de que gosto bastante - cartas, memórias, biografias. Lytton Strachey é um dos elementos de Bloomsbury que acho mais interessantes, pela qualidade da sua escrita, pelas suas opiniões e críticas e mesmo pelo seu estilo de vida muito sui generis mas honesto e corajoso nas suas contradições. A sua prosa é sempre uma delícia de ler, bem escrita e cheia de espírito, mas confesso que esperava melhor desta selecção de correspondência - a colectânea de cartas que li de Virginia Woolf, Congenial Spirits, é infinitamente mais interessante. No entanto, valeu a pena ler; não só é mais um testemunho sobre a época e aquele grupo de pessoas como várias das cartas são interessantes em si, sobretudo as da época da guerra e as dirigidas a Carrington e a Leonard e a Virginia Woolf.
E ler cartas provoca-me sempre uma nostalgia por essa forma de comunicação, tão ao meu gosto e tão pouco utilizada hoje em dia. O relativo distanciamento de uma carta permite uma abertura e uma formulação de ideias e sentimentos que não se consegue numa conversa por telefone, permite-nos organizar e expessar os pensamentos de forma simultaneamente mais livre e controlada. De certa forma, o aparecimento e generalização da internet permitiu um regresso à comunicação escrita, na forma de e-mails, a que me converti rapida e fervorosamente.
quinta-feira, maio 08, 2008
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