Requiem por uma Freira está muito longe dos livros de Faulkner que eu mais gosto. A ideia de retomar a personagem de Temple Drake (do excelente Santuário) é interessante, mas a forma teatral não está muito bem conseguida e quanto a mim o livro sofre de um grande defeito, que é o de ser explicitamente uma metáfora, didáctico, o que torna pomposo e artificial. Quão melhor é quando a mensagem é transmitida de forma mais subtil, através das sensações / emoções despertadas pela história ou pela escrita, em vez de tão claramente proclamada!
Mas o livro vale a pena pelos textos intercalares, sobretudo pelos dois primeiros, em que se conta parte da história de Jefferson e do condado de Yoknapatawpha, complementando a informação de outros livros, como Absalão, Absalão! ou Os Invencidos e Sartoris, no belo estilo inconfundível de Faulkner. Infelizmente, o último (A Cadeia) é o menos bem conseguido, o que contribui para deixar um certo gosto a desilusão por um dos livros de Faulkner que menos aprecio.
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