Ao reler Absalão, Absalão!, de William Faulkner, impressionou-me novamente, mais do que da primeira vez. A escrita é belíssima, um autêntico poema em prosa, do melhor de Faulkner. E a sensação que fica é a de uma tragédia grega - a mesma impressão da luta inútil e patética contra a Fatalidade e o Destino, com letras maiúsculas como pensavam neles os gregos, com Orestes, Antígonas, Medeias, Electras e Agamémnons sulistas, tão trágicos como os seus contrapartes de Micenas ou Tebas, no ambiente tão intenso e dramático das mansões brancas sulistas, árvores cobertas de mousses espagnoles ou fogueiras de acampamentos confederados como o era a terra castanha do Peloponeso ou os templos dóricos, em que a história se vai desenrolando inexoravelmente, repassada de melancolia e estoicismo.
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