sábado, março 24, 2007

Desce, Moisés, de William Faulkner

Continuo a reler os livros do ciclo de Yoknapatawpha (e a ler pela primeira vez alguns deles). Desce, Moisés não é dos meus favoritos, mas é muito bom e gostei muito de o reler, são histórias poderosas e magnificamente escritas (as minhas favoritas são Foi e O Urso), e essenciais para a compreensão do dramático universo sulista de Faulkner. Tal como Absalão, Absalão! é o romance dos Sutpen, O Som e a Fúria dos Compson, Sartoris e Os Invencidos dos Sartoris, The Hamlet, The Town e The Mansion dos Snopes, este é o dos McCaslin, brancos e negros. Aliás, o retrato de Faulkner dos negros do Sul do seu tempo é curioso - simultaneamente condescendente e admirativo, muito pouco politicamente correcto (ou mesmo racista) e afectuoso, tratando-os como forças da Natureza de uma humanidade mais primitiva e ao mesmo tempo mais pura do que os brancos, que são sempre atormentados por uma espécie de culpa / maldição de Caim.

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