sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Volver, de Pedro Almodóvar


Muito bom, Volver, já não gostava tanto de um Almodóvar desde Tudo Sobre a Minha Mãe. É um filme intimista e afectuoso, com um bom argumento, repleto dos pequenos pormenores e diálogos divertidos que são sempre tão bons nos seus filmes, sobre a solidariedade, o amor, o optimismo e a perseverança face à adversidade, a culpa, a família, partindo como habitualmente de um grupo de pessoas vulgares nas suas qualidades e defeitos apanhadas num momento de crise e com alguns fantasmas no passado.

Mais uma vez, Almodóvar é excelente na criação de personagens femininas (acho que apenas em A Lei do Desejo consegue criar personagens masculinas com igual veresimilhança) - todas as mulheres deste filme, da velha tia à adolescente, são reais e tocantes. Penélope Cruz mostra do que é capaz quando tem um bom papel e um realizador que a sabe dirigir, depois de um périplo desastrado em Hollywood (tal como Antonio Banderas, que poderá ser actualmente mais conhecido e mais rico, mas nunca mais teve um bom papel desde que deixou de ser actor de Almodóvar); Lola Dueñas está óptima, e sabe bem rever Carmen Maura e Chus Lampreave.

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