quinta-feira, março 18, 2010
Férias na Bahia
Este ano fui novamente para a praia no Brasil, desta vez para Guarajuba, perto da Praia do Forte, na Bahia. Não sou um grande adepto de praia, mas adoro o mar de água quente, pelo que vale a pena fazer a longa viagem até aos trópicos; não sou da mesma forma um grande admirador do Brasil, mas é o destino de praia tropical mais acessível (voos directos), de modo que, depois de Pipa há um ano, fui novamente para o Brsail.
Mais uma vez, cumpriu as minhas expectativas - água deliciosamente quente, permitindo ficar literalmente horas no mar, de onde passava para a piscina do hotel, boa comida, descanso, alguma leitura, a doce sonolência do calor dos trópicos... Foram umas excelentes férias, em boa companhia, e quando regressei sentia-me verdadeiramente regenerado. Sabe imensamente bem sair do Inverno por uns dias!
São Salvador da Bahia era uma das poucas cidades brasileiras que tinha curiosidade em conhecer. O sítio é belíssimo, sobre a Baía de Todos-os-Santos, e o centro histórico muito interessante, com a arquitectura portuguesa do século XVIII nos trópicos, o Farol da Barra, a igreja de S. Francisco, que me surpreendeu pelo esplêndido interior barroco. Mas a pobreza deprimiu-me - é impossível abstrair dos pedintes, das favelas (só no Bairro da Liberdade, visível sobre os montes, moram cerca de 500 000 pessoas), do cheiro a falta de higiene no centro, do aspecto degradado dos edifícios, dos "ilhéus" dos condomínios dos ricos. As ruas à volta do Pelourinho, assim que terminavam as lojas de souvenirs, lembraram-me o cabo Verde da minha infância, com fachadas coloridas e descascadas de lojas a vender artigos de má qualidade. Para chegar ao hotel onde fiquei, passava-se por 3 controles; nunca estive em Israel, masdeve ter-se uma sensação semelhante. E as igrejas evangélicas omnipresentes, como a IURD e semelhantes; contemplando a vista de um ponto alto no centro histórico ouvi uma "missa" em megafones com um pastor desvairado a gritar: "Sai! Sai!", suponho que "exorcizando" algum demónio.
Decididamente, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer na luta contra a desigualdade social.
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