terça-feira, outubro 14, 2008

O Senhor das Almas, de Irène Némirovsky

Não tão bom como O Baile, e muito longe do excelente Suite Francesa, mesmo assim O Senhor das Almas é um romance interessante, sobre a ambição e a fragilidade humanas. Gostei muito desta passagem, que me impressionou pela justeza com que descreve a doença da ansiedade generalizada: "...certas angústias inexplicáveis. Wardes tinha medo de se ver no meio de muita gente, de atravessar uma ponte, de entrar num automóvel ou numa carruagem de caminho de ferro. Esta doença mental, que oscilava entre a melancolia e a violência, doença lenta, quase invisível para outrem, mas terrível, e a que Wardes chamava, nas suas cartas a Dario, 'um cancro da alma', chegara ao seu período de depressão, a esse abatimento sombrio feito de um silêncio e de uma imobilidade de morte que acabam por satisfazer o espírito; este deixa de procurar sair das trevas que o rodeiam e adormece num torpor profundo."

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