quarta-feira, junho 11, 2008

The Happiness Hypothesis, de Jonathan Haidt

Um livro muito interessante, um dos melhores que tenho lido sobre este tema da psicologia da felicidade - e nos últimos meses li vários, fornecidos por um amigo que se interessa particularmente pelo assunto. De leitura fácil e agradável, está muito bem documentado e não cede a duas tentações de facilitismo - não sacrifica o rigor à simplificação e não apresenta soluções ou "receitas" definitivas, mas apenas sugestões. O autor consegue um excelente equilíbrio na escrita entre a seriedade científica e a clareza de exposição, mostrando uma formação científica sólida que lhe permite escrever um livro de senso comum das nossas avós travestido de grande ciência psicológica, e uma grande capacidade de síntese e de comunicação. Não concordo com tudo o que ele diz, sobretudo nos últimos capítulos, que são mais especulativos (no sentido em que expoem mais as suas ideias do que dados objectivos), sobretudo no que diz respeito à utilidade da religião - continuo irredutivelmente anti-religioso e convencido de que pode perfeitamente existir moralidade sem religião - mas reconheço-lhe a honestidade intelectual de apresentar as suas ideias como tal - ideias e não factos - e de tentar ver as coisas do ponto de vista da religião sendo ateu.

No conjunto, um livro muito bom que nos ajuda a conhecermo-nos melhor, a compreendermo-nos e aos outros melhor, e que sem ser didáctico nos fornece uma série de pistas que podemos utilizar para reflectir e melhorar a nossa felicidade. Não sei se existe tradução em português, mas se não existe é uma pena.

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