domingo, julho 22, 2007

Death Proof, de Quentin Tarantino

Gostei imenso do último filme de Tarantino, é daqueles casos em que se sai do cinema com a sensação de ter visto cinema a sério, puro entertainment. É uma homenagem divertida e afectuosa aos filmes de acção / série Z dos anos 70, mas tão bem feita e com com uma qualidade de diálogos, interpretações (e direcção de actores), planos e perspectivas, que é um filme bom, qual toque de Midas transformando o lixo em arte. A violência caricaturada deixa de ser chocante ou repulsiva, as sequências de perseguições automóveis são empolgantes. Kurt Russell está muito bom, mas sobretudo as actrizes estão todas extraordinárias (o serem pouco conhecidas torna-as ainda mais convincentes), e o filme está repleto de planos que apelam à nossa nostalgia por um certo cinema americano / ideia americana: as jukeboxes, as estações de serviço, os carros, os duplos, os sotaques texanos, os rednecks, as Lolitas belas, ordinárias e provocantes, com os seus calções reduzidos, longas pernas, pés de unhas mal pintadas, cabelos luxuriantes. E abanda sonora é espectacular - onde vai ele descobrir aquelas músicas todas?

Enfim, muito bom, causou-me uma impressão tão favorável como quando vi Pulp Fiction; manter esta vitalidade e pujanças mais de 10 anos passados é muito bom sinal.

Sem comentários: