sexta-feira, maio 11, 2007

O Meu Tio, de Jacques Tati


Há muito tempo que não me ria com tanta vontade no cinema como ontem quando vi Mon Oncle. É um filme genial, com um retrato caricatural e impiedosamente mordaz dos adeptos possidónios da modernidade, com imensas cenas hilariantes, uma atenção fina a uma série de detalhes, desde a galeria de personagens (incluindo os cães!) e gags (o repuxo e as pedras dos caminhos do jardim, as inúmeras máquinas) aos pormenores dos contrastes entre o cenário très moderne em que se movem os Arpels & cª ao mundo meio arruinado, provinciano e simpático que os rodeia ainda intocado pelo progresso. Como se dizia num texto de Eça, "quem não há-de gabar os progressos deste século?" Todo a filme decorre muito ao jeito de um cartoon, enriquecido por cada detalhe, ao som de uma música deliciosamente apropriada. Um filme perfeito.

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