sexta-feira, agosto 21, 2009

Quiet Summer days



Dias algo estranhos, estes últimos. Em parte entorpecido pelo calor, a quantidade de trabalho e a solidão doméstica - pouco habituado a viver sozinho, não sei lidar muito bm com isso, fico sempre algo melancólico, embora desta vez até me tenha sabido bem. Pouco tempo para ler, e vontade de voltar a ler mais não-ficção. Alguns rasgos de insight que me entristeceram mas me apaziguaram. E reencontrei uma pessoa no Facebook com quem perdera o contacto há décadas, o que foi bom, mas também me despertou alguma sensação de estranheza - o que sou eu sem os últimos 30 anos? É quase como se me revisse numa vida diferente.

De qualquer forma, no conjunto sinto-me bem. Apaziguado e morno, mas é uma melhoria. Será que vou acabar por me converter a um conceito de felicidade como contentment, tiédeur? Muitas vezes tenho pensado que talvez fosse melhor, mas não quadra com o meu carácter... Como dizia uma personagem interpretada por Fanny Ardant em La Vie Est un Roman (filme que marcou um dia crucial da minha vida, embora na altura eu não me apercebesse, e de que só essa cena me ficou): "J'aime le feu, le glace, pas cette constante tiédeur que vous voulez pour nous." (a frase pode não ter sido esta, mas a ideia era)

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