Li há dias uma notícia no Guardian que dizia que David Hockney não terminaria uma série de quatro quadros que estava a pintar sobre as estações do ano, porque as árvores que eram o tema da série tinham sido abatidas. Não sei porquê, mas senti-me solidário com a tristeza do pintor, talvez porque é sempre triste quando algo majestoso e antigo como aquele cnjunto de árvores desaparece, talvez pela beleza dos quadros já pintados e o contratse entre as fotografias do local antes e depois do abate. Ficam as imagens:
O quadro do Verão
O quadro do Inverno
As árvores dos quadros...
...e o local depois do abate.
domingo, março 29, 2009
There is a Light that Never Goes Out, por The Smiths
Mais uma das minhas bandas favoritas, que gosto de ouvir em qualquer circunstância e disposição. Esta é uma das minhas músicas favoritas deles.
Take me out tonight
Where theres music and theres people
And theyre young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I havent got one
Anymore
Take me out tonight
Because I want to see people and i
Want to see life
Driving in your car
Oh, please dont drop me home
Because its not my home, its their
Home, and Im welcome no more
And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine
Take me out tonight
Take me anywhere, I dont care
I dont care, I dont care
And in the darkened underpass
I thought oh god, my chance has come at last
(but then a strange fear gripped me and i
Just couldnt ask)
Take me out tonight
Oh, take me anywhere, I dont care
I dont care, I dont care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I havent got one, da ...
Oh, I havent got one
And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine
Oh, there is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
Take me out tonight
Where theres music and theres people
And theyre young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I havent got one
Anymore
Take me out tonight
Because I want to see people and i
Want to see life
Driving in your car
Oh, please dont drop me home
Because its not my home, its their
Home, and Im welcome no more
And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine
Take me out tonight
Take me anywhere, I dont care
I dont care, I dont care
And in the darkened underpass
I thought oh god, my chance has come at last
(but then a strange fear gripped me and i
Just couldnt ask)
Take me out tonight
Oh, take me anywhere, I dont care
I dont care, I dont care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I havent got one, da ...
Oh, I havent got one
And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine
Oh, there is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
There is a light and it never goes out
O Visitante, de Tom McCarthy
Diary of a Bad Year, de J.M. Coetzee
Cada vez gosto mais de Coetzee. O primeiro livro que li dele, À Espera dos Bárbaros, é excelente e impressionou-me muito; li depois The Master of Petersburg e Disgrace, de que também gostei bastante. Diary of a Bad Year é muito bom - exprime as ideias e preocupações de um liberal sobre o mundo actual (o Ocidente pós-9/11), e trata também do envelhecimento e da nostalgia. No entanto, o tom não é sombrio, e está soberbamente escrito - consegue nomeadamente criar três vozes bem distintas, das três personagens, cuja interacção é apresentada com humor e ironia. depois da leitura deste livro, acho que Coetzee passou a ser um autor de que lerei tudo o que puder.
sábado, março 21, 2009
O Pintor de Batalhas, de Arturo Pérez Reverte
O primeiro livro de Arturo Pérez Reverte que li foi A Tábua de Flandres; gostei da história engenhosa, mas achei a escrita um pouco "floreada" de mais, e a leitura de O Mestre de Esgrima (fracote) e de O Clube Dumas (o mais interessante, com uma história muito bem imaginada) confirmou a minha opinião de que a escrita do autor não estava à altura das intrigas. Pele de Tambor é também um livro com uma boa história, e marca uma certa transição na obra de Pérez Reverte, como se ele pretendesse tornar-se mais "sério", o que evidentemente não é um defeito em si, mas leva a um maior pretensiosismo da escrita, sobretudo quando as suas reflexões filosóficas continuam a parecer um tanto serôdias. Essa seriedade acentua-se em Território Comanche, que é completamente diferente dos romances iniciais - é uma memória e reflexão dos seus tempos como corresponde de guerra nos Balcãs. É na mesma linha que se insere O Pintor de Batalhas, em que as mesmas memórias e impressões são transmitidas, agora de forma romanceada (deixo de lado O Cemitério dos Barcos Sem Nome, que achei palavroso e aborrecido, e O Capitão Alatriste, uma espécie de glosa dos romances históricos de Dumas mas no estilo de Reverte, engraçado no seu género).
N'O Pintor de Batalhas, Reverte volta a tratar o tema da guerra, das suas atrocidades e da desumanização a que conduz, e a ética dos fotógrafos de guerra. Foca aspectos interessantes, mas sofre do pretensiosismo, da falta de génio do autor para exprimir o cerne dos problemas sem parecer estar a dar lições ou ser um filósofo de café. Além de não resistir a incluir a habitual personagem feminina inverosímil, que provavelmente é a sua ideia da mulher ideal mas que parece claramente irreal. Os diálogos são igualmente improváveis, e a história rebuscada. Não acrescenta nada ao que ele disse muito melhor em Território Comanche. Lembrou-me o filme de Isabel Coixet, A Vida Secreta das Palavras , com os seus defeitos e com bastante menos força.
N'O Pintor de Batalhas, Reverte volta a tratar o tema da guerra, das suas atrocidades e da desumanização a que conduz, e a ética dos fotógrafos de guerra. Foca aspectos interessantes, mas sofre do pretensiosismo, da falta de génio do autor para exprimir o cerne dos problemas sem parecer estar a dar lições ou ser um filósofo de café. Além de não resistir a incluir a habitual personagem feminina inverosímil, que provavelmente é a sua ideia da mulher ideal mas que parece claramente irreal. Os diálogos são igualmente improváveis, e a história rebuscada. Não acrescenta nada ao que ele disse muito melhor em Território Comanche. Lembrou-me o filme de Isabel Coixet, A Vida Secreta das Palavras , com os seus defeitos e com bastante menos força.
Smells Like Teen Spirit, por Nirvana
State of Love and Trust, por Pearl Jam
Mais uma das minhas 3 bandas favoritas dos anos 90 - estes acho que os ouvi pela primeira vez na banda sonora do filme Singles. São excelentes, deixam-me sempre mais feliz ao ouvi-los (o Live on Two Legs foi a minha companhia no carro por imensas vezes), e esta é talvez a minha música preferida deles, combina a energia com um certo lirismo jovem e forte.
1979, por The Smashing Pumpkins
Já não me lembro quando ouvi pela primeira vez, talvez na XFM. Mas foi amor à primeira vista, o álbum Mellon Collie and the Infinite Sadness é extraordinário - além de ter um nome absolutamente perfeito. Os Smashing Pumpkins são dos melhores exemplos de uma certa angústia existencial urbana e moderna que me diz muito.
domingo, março 15, 2009
The Reader, de Stephen Daldry
Esperava melhor deste filme. Está bem interpretado e bem filmado, com cenas de grande beleza estética, mas a história deixou-me algo desconfortável. O problema dos agentes das atrocidades nazis como pessoas tão humanas como as outras é sempre difícl de abordar; neste caso na personagem interpretada por Kate Winslet, que se destina a despertar a nossa compaixão - mas como se pode aceitar a vulnerabilidade e a vergonha causadas pelo seu analfabetismo como justificação para as suas acções como guarda de campo de concentração? A certa altura, os únicos momentos mais fortes do filme são a perplexidade do rapaz quando descobre a identidade dela e a intervenção final da personagem da sobrevivente (um magnífico curto papel de Lena Olin), que pergunta qualquer coisa como "mas que diferença faz isso?". Ficam as cenas da descoberta do amor físico pelo jovem de 15 anos, muito belas, acentuadas pela partilha da leitura, mas parece-me insuficiente, e a impressão geral que me fica é de uma história desequilibrada, misturando um problema importante mas "normal", a iliteracia, com a questão moralmente injustificável do extermínio. Talvez porque esta questão sempre me atinge como arrepiante, como a imagem do mal absoluto, estranho e incompreensível.
A Língua Posta a Salvo, de Elias Canetti
Elias Canetti é um daqueles escritores que ganhou o prémio Nobel mas que é pouco conhecido em Portugal; até ao ano passado só o conhecia de nome, quando li um livro dele, The Voices of Marrakesh, a propósito da minha ida a Marraquexe. Gostei da escrita, das descrições feitas como em pinceladas impressionistas, mas não me afectou especialmente, ficou para mim como uma agradável recriação de lugar e ambiente.
Recentemente, um amigo elogiou-me muito o seu livro autobiográfico, A Língua Posta a Salvo, e quando o vi poucos dias depois numa prateleira da Fnac, tive curiosidade e comprei-o - sempre tive um fraco por biografias e memórias. Não me arrependi, gostei bastante. Está muito bem escrito, e apresenta um retrato / memórias d einfância e adolescência com uma combinação de candura e inteligência muito interessantes. Foca a influência da língua na formação do pensamento - o autor, pertencente a uma das famílias de judeus sefarditas que emigraram da Península Ibérica para o Império Otomano no século XVI, foi passando de uma língua para outra conforme as fases da sua vida (do ladino, o espanhol arcaico falado pelos sefarditas, o búlgaro falado pelo povo da sua cidade natal, ao inglês da sua estadia em Manchester e por fim ao alemão de Viena e depois de Zurique, que se tornaria na sua língua definitiva) -, a descoberta do mundo através dos livros (no que me identifiquei muito com ele) e a influência da família, sobretudo da mãe, em relação à qual se pressente a sua libertação, a que ele chama o seu "segundo nascimento" no final do livro, que é o primeiro de uma trilogia. Ilustra também um aspecto que sempre achei fascinante - a forma como os grandes acontecimentos da História nos podem passar ao lado sem os compreendermos na altura e quase sem nos afectarem no momento; neste caso a Primeira Guerra Mundial, que o autor viveu sem se aperceber da importância fundamental que teve, inclusivamente sobre a sua própria vida. Fez-me lembrar quando, em criança, ao apaixonar-me pela História, crivava os meus avós de perguntas sobre os tempos da Segunda Guerra Mundial, e ficava desapontado por eles não se lembrarem de nada, quando tinham vivido naquele tempo, e eu pensava "como é possível?", e apenas referiam vagamente os tempos da "guerra de Espanha"... Só muito mais tarde percebi que a Segunda Guerra Mundial pouco significou na altura para o Portugal rural dos anos 40, apesar de obviamente terem sido indirectamente afectados por ela.
Fico à espera que publiquem os dois volumes seguintes, e mais uma vez me congratulo por haver tantos autores ainda a descobrir.
Recentemente, um amigo elogiou-me muito o seu livro autobiográfico, A Língua Posta a Salvo, e quando o vi poucos dias depois numa prateleira da Fnac, tive curiosidade e comprei-o - sempre tive um fraco por biografias e memórias. Não me arrependi, gostei bastante. Está muito bem escrito, e apresenta um retrato / memórias d einfância e adolescência com uma combinação de candura e inteligência muito interessantes. Foca a influência da língua na formação do pensamento - o autor, pertencente a uma das famílias de judeus sefarditas que emigraram da Península Ibérica para o Império Otomano no século XVI, foi passando de uma língua para outra conforme as fases da sua vida (do ladino, o espanhol arcaico falado pelos sefarditas, o búlgaro falado pelo povo da sua cidade natal, ao inglês da sua estadia em Manchester e por fim ao alemão de Viena e depois de Zurique, que se tornaria na sua língua definitiva) -, a descoberta do mundo através dos livros (no que me identifiquei muito com ele) e a influência da família, sobretudo da mãe, em relação à qual se pressente a sua libertação, a que ele chama o seu "segundo nascimento" no final do livro, que é o primeiro de uma trilogia. Ilustra também um aspecto que sempre achei fascinante - a forma como os grandes acontecimentos da História nos podem passar ao lado sem os compreendermos na altura e quase sem nos afectarem no momento; neste caso a Primeira Guerra Mundial, que o autor viveu sem se aperceber da importância fundamental que teve, inclusivamente sobre a sua própria vida. Fez-me lembrar quando, em criança, ao apaixonar-me pela História, crivava os meus avós de perguntas sobre os tempos da Segunda Guerra Mundial, e ficava desapontado por eles não se lembrarem de nada, quando tinham vivido naquele tempo, e eu pensava "como é possível?", e apenas referiam vagamente os tempos da "guerra de Espanha"... Só muito mais tarde percebi que a Segunda Guerra Mundial pouco significou na altura para o Portugal rural dos anos 40, apesar de obviamente terem sido indirectamente afectados por ela.
Fico à espera que publiquem os dois volumes seguintes, e mais uma vez me congratulo por haver tantos autores ainda a descobrir.
domingo, março 08, 2009
Slumdog Millionaire, de Danny Boyle, e outros filmes sobre a Índia e o Ocidente
Slumdog Millionaire é um filme agradável e bem disposto, soberbamente filmado por Danny Boyle, muito bem interpretado, que padece no entanto de um argumento algo simplista / simplório que transmite uma visão um bocado paternalista e "turística" da Índia. Compreendo os argumentos das críticas negativas de Salman Rushdie, mas sou muito menos severo - o filme é um bom entertainment, sai-se bem disposto da sala de cinema, e mostra pelo caminho bastante sobre a vida dos pobres na Índia (houve uma altura que pensei que ia abordar o problema dos transplantes selvagens - deformação profissional? - mas ficou-se pela exploração da mendicidade e da prostituição).
A Índia é um país que me provoca um misto de atracção e repulsa - gosto da sua cultura e de muita da sua estética, mas a miséria e as multidões assustam-me e duvido que algum dia tenha a coragem de lá ir. A propósito da cultura indiana, dos seus valores e do contraste e interacção com os valores ocidentais, que são temas que sempre me interessaram, relembro outros três filmes, qualquer deles quanto a mim superior a Slumdog Millionaire:
Outsourced (Despachado para a Índia), de John Jeffcoat, é um filme muito engraçado sobre um americano que vai gerir um call-center na Índia. Foca os temas da globalização, do choque cultural, e apresenta uma visão afectuosa e não paternalista nem turística da cultura indiana. É divertido e deixa-nos bem dispostos e a gostar e respeitar a Índia.
The Namesake (não me lembro do título em Português), de Mira Nair, é sobre duas gerações de indianos, em que a primeira emigra de Calcutá para os Estados Unidos e a segunda passa pelos problemas de integração / desenraizamento cultural. É uma história bem contada, optimista mas sem lamechices, que novamente apresenta os indianos e a sua cultura como algo tão real e humano como os ocidentais.
Por fim, Bend it Like Beckham (Joga como Beckham), de Gurinder Chadha, é uma divertida comédia passada no meio dos imigrantes indianos em Londres; mais uma vez abordam-se os choques culturais entre as tradições indianas e a vida ocidental, desta vez através de uma rapariga que sonha ser futebolista. O filme é muito engraçado e consegue fazer humor com os valores e as personagens indianos sem ser paternalista nem trocista.
Num ano em que Slumdog Millionaire ganhou o Oscar de melhor filme, penso que vale a pena rever estes filmes (e outros, certamente) e ler livros como A Suitable Boy, de Vikram Seth (e certamente outros...).
A Índia é um país que me provoca um misto de atracção e repulsa - gosto da sua cultura e de muita da sua estética, mas a miséria e as multidões assustam-me e duvido que algum dia tenha a coragem de lá ir. A propósito da cultura indiana, dos seus valores e do contraste e interacção com os valores ocidentais, que são temas que sempre me interessaram, relembro outros três filmes, qualquer deles quanto a mim superior a Slumdog Millionaire:
Outsourced (Despachado para a Índia), de John Jeffcoat, é um filme muito engraçado sobre um americano que vai gerir um call-center na Índia. Foca os temas da globalização, do choque cultural, e apresenta uma visão afectuosa e não paternalista nem turística da cultura indiana. É divertido e deixa-nos bem dispostos e a gostar e respeitar a Índia.
The Namesake (não me lembro do título em Português), de Mira Nair, é sobre duas gerações de indianos, em que a primeira emigra de Calcutá para os Estados Unidos e a segunda passa pelos problemas de integração / desenraizamento cultural. É uma história bem contada, optimista mas sem lamechices, que novamente apresenta os indianos e a sua cultura como algo tão real e humano como os ocidentais.
Por fim, Bend it Like Beckham (Joga como Beckham), de Gurinder Chadha, é uma divertida comédia passada no meio dos imigrantes indianos em Londres; mais uma vez abordam-se os choques culturais entre as tradições indianas e a vida ocidental, desta vez através de uma rapariga que sonha ser futebolista. O filme é muito engraçado e consegue fazer humor com os valores e as personagens indianos sem ser paternalista nem trocista.
Num ano em que Slumdog Millionaire ganhou o Oscar de melhor filme, penso que vale a pena rever estes filmes (e outros, certamente) e ler livros como A Suitable Boy, de Vikram Seth (e certamente outros...).
In South American Way, ou Regresso aos Trópicos
Desde pequeno que sou muito exigente com a temperatura da água do mar, sempre achei a água do Algarve fria (salvo em raras ocasiões) e a da zona de Lisboa gelada; como para mim o prazer da praia esteve sempre sobretudo ligado aos banhos de mar e cada vez gosto menos de calor, o meu gosto pela praia tem diminuído progressivamente.
Este Inverno, depois de não ter ido à praia em 2008, decidi voltar a uma praia com água verdadeiramente boa, e planear uma semana de férias nos trópicos, onde não ia há mais de 10 anos. Pensei inicialmente em Cabo Verde, mas a pobreza da oferta em relação ao preço fez-me desistir; investiguei as hipóteses de outros destinos, lugares onde uma vez ou outra tive vontade de ir - Martinica, Maurícia, Senegal, Mombaça, até Miami ou Key West... Não considerei inicialmente o Brasil, porque nunca tive vontade de lá ir - nunca me senti atraído pela cultura brasileira, o sotaque irrita-me, a insegurança das cidades repele-me, e o facto de se ter tornado um destino de férias particularmente popular entre os portugueses também não me atrai nada (talvez por um pouco de snobismo, mas a verdade é que um dos encantos de sair de férias é precisamente afastar-me do que vejo todos os dias). Mas, depois de considerar os preços, as profilaxias de doenças, e sobretudo os voos complicados com ligações que implicam imensas perdas de tempo, acabei por concluir que o melhor era "deixar de frescura" (ler com sotaque brasileiro!) e ir mas era ao Brasil, onde não faltam praias tropicais, com voos directos e sem necessidade de tomar comprimidos para a malária nem levar vacinas. Depois de analisar várias opções e de ouvir a opinião de vários conhecidos que já estiveram no Brasil a praia eleita foi a Baía dos Golfinhos, nos arredores de Natal, no Nordeste.
Foi uma boa escolha - a praia é muito bonita, o hotel era confortável, e o mar verdadeiramente cinco estrelas, com a temperatura ideal e a ondulação suficiente para proporcionar o prazer imenso de nos sentirmos embalados pelas ondas sem impedir de nadar. Foram uns dias de descanso e calma perfeitos - a modorra do calor aliviada por longos banhos de mar - literalmente horas na água - onde frequentemente pares de golfinhos se aproximavam a poucas dezenas de metros, leitura e boa comida.
Não posso dizer que tenha ficado a conhecer o Brasil: fui directamente do aeroporto (das piores burocracias que já encontrei para entrar num país) para o hotel, a maioria das pessoas que vi eram turistas (portugueses, argentinos e noruegueses), e os brasileiros que encontrei resumiram-se praticamente aos funcionários do hotel e aos vendedores das lojas e criados dos restaurantes - todos nordestinos, pequenos e escuros, afáveis no trato e com o sotaque que já ouvimos muitas vezes nas novelas. São claramente muito pobres, e prejudicados pela alta dos preços trazida pelo turismo, embora este provavelmente os beneficie com empregos. Pipa é uma aldeia com uma rua e muitos becos, repleta de lojas e restaurantes, com um verniz de cor e movimento, mas no caminho do aeroporto passámos por outras aldeias que eram francamente miseráveis. Tal como no México, onde me surpreendi ao encontrar em cada aldeiazinha paupérrima, de casas de madeira, uma igreja das Testemunhas de Jeová, também aqui se nota a implantação da igreja, neste caso as evangélicas, e foram várias as jovens lojistas que estavam a ler a Bíblia nos intervalos do trabalho.
Enfim, foram uns dias muito bons, passados de papo para o ar (literalmente), que me trouxeram de volta a maravilhosa sensação quase esquecida de nadar em águas tropicais e que quebraram o preconceito anti-ida-ao-Brasil... Talvez ainda volte, quiçá a Salvador, que é a única cidade cuja cultura e ambiente tenho curiosidade em conhecer.
segunda-feira, março 02, 2009
Just One of Those Things, por Ella Fitzgerald
Uma das minhas músicas favoritas na voz da magnífica Ella Fitzgerald. Quem pode deixar de se sentir melhor ao ouvi-la?
As Dorothy Parker once said
To her boyfriend, "fare thee well"
As Columbus announced
When he knew he was bounced,
"it was swell, Isabel, swell"
As Abelard said to Eloise,
"don't forget to drop a line to me, please"
As Juliet cried, in her Romeo's ear,
"Romeo, why not face the fact, my dear"
It was just one of those things
Just one of those crazy flings
One of those bells that now and then rings
Just one of those things
It was just one of those nights
Just one of those fabulous flights
A trip to the moon on gossamer wings
Just one of those things
If we'd thought a bit, of the end of it
When we started painting the town
We'd have been aware that our love affair
Was too hot, not to cool down
So good-bye, dear, and amen
Here's hoping we meet now and then
It was great fun
But it was just one of those things
If we'd thought a bit, of the end of it
When we started painting the town
We'd have been aware that our love affair
Was too hot, not to cool down
So good-bye, dear, and amen
Here's hoping we meet now and then
It was great fun
But it was just one of those things
Just one of those things
As Dorothy Parker once said
To her boyfriend, "fare thee well"
As Columbus announced
When he knew he was bounced,
"it was swell, Isabel, swell"
As Abelard said to Eloise,
"don't forget to drop a line to me, please"
As Juliet cried, in her Romeo's ear,
"Romeo, why not face the fact, my dear"
It was just one of those things
Just one of those crazy flings
One of those bells that now and then rings
Just one of those things
It was just one of those nights
Just one of those fabulous flights
A trip to the moon on gossamer wings
Just one of those things
If we'd thought a bit, of the end of it
When we started painting the town
We'd have been aware that our love affair
Was too hot, not to cool down
So good-bye, dear, and amen
Here's hoping we meet now and then
It was great fun
But it was just one of those things
If we'd thought a bit, of the end of it
When we started painting the town
We'd have been aware that our love affair
Was too hot, not to cool down
So good-bye, dear, and amen
Here's hoping we meet now and then
It was great fun
But it was just one of those things
Just one of those things