domingo, setembro 16, 2007

Fábrica do Braço de Prata

Estive ontem à noite neste espaço que abriu há alguns meses, iniciativa das livrarias Eterno Retorno e Ler Devagar. É uma excelente ideia, de que Lisboa está muito necessitada: um espaço agradável, amplo, onde se pode ler, beber um copo, conversar, ver um filme, exposições, concertos, debates. Ontem estava a decorrer uma sessão de jazz um bocado cacofónico para o meu gosto, mas o edifício é tão grande que se podia estar noutras salas sem ouvir a música, e ainda assisti a parte do documentário I'm Your Man sobre Leonard Cohen. A frequência abundava numa certa fauna de sobreviventes da geração francófila de 60 e seus seguidores, com os quais me identifico muito pouco. No entanto, mesmo se muita da cultura produzida naquela época está datada e quanto a mim ficou sensatamente para trás, e se a pose dos seus adeptos me irritou
um pouco no passado (pois agora acho-a apenas um tanto ou quanto patética), muito do que sobrou, devidamente metabolizado pelo tempo, é válido, sobretudo esta atitude de prazer no saborear da cultura - música, literatura, cinema. É decididamente um sítio a visitar e a frequentar. E soube-me bem ouvir a música do Leonard Cohen, mesmo se interpretada pelo algo lamechas Rufus Wainwright.

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