Gostei muito deste livro, uma memória de Amos Oz sobre a sua infância durante o nascimento do estado de Israel. Muito bem escrito, com um olhar nostálgico, afectuoso e lúcido sobre factos e emoções traumáticas - a guerra e o cerco de Jerusalém em 1948, o suicídio da mãe, a frustração crónica do pai, as relações com os palestinianos. Continuo a gostar imenso de ler memórias de pessoas inteligentes e sensíveis, que pela sua narração e reflexão sobre o qe viveram nos ajudam a compreender infinitamente melhor a sua época e civilização - e consequentemente a nossa época e civilização - do que múltiplos artigos jornalísticos ou capítulos de livros de História. Neste caso, os sentimentos e razões de cada lado do conflito israelo-árabe e a sua evolução, e a mentalidade e aspirações de uma geração de judeus, os colonos europeus da primeira metade do século, e o que procuravam no país para si e para os seus - em grande parte, a realização de uma Europa idealizada, livre do anti-semitismo que os oprimia há gerações.
Nunca tinha lido nada de Amos Oz - mais um autor a juntar à interminável lista dos que vale a pena ler!
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