sábado, maio 23, 2009
Efeitos laterais de séries como o ER...
Foi publicado recentemente um estudo numa revista científica (a referência é Resuscitation. 2008;79:490-498), que vi referido na newsletter do Medscape e que achei interessante: trata-se de um inquérito à população sobre qual acham que é a percentagem de sobrevivência após paragem cardíaca e reanimação. E o resultado foi:
The average estimate of predicted survival after cardiac arrest with full return to prior baseline functional status was 54%.
Ora o verdadeiro número é cerca de 10%. Devo dizer que o resultado não me surpreende, é apenas mais um dos muitos conceitos errados, geralmente excessivamente optimistas, que as pessoas têm em relação às potencialidades da Medicina.
O estudo apresentava outros dados interessantes, como a referência a outros dois estudos: em resposta à mesma questão, um universo de alunos do 4º ano de Medicina achava que era 42%, e outro de médicos que não trabalham em urgência respondeu 24%...
A conclusão a tirar é que é urgente aumentar o grau de informação, o que impediria muitas expectativas frustradas e muitas tentativas fúteis de prolongamento da vida, que além de serem imensamente dispendiosas apenas geram sofrimento para os doentes / vítimas e frustração para os profissionais envolvidos.
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