segunda-feira, março 05, 2007

Jornais

Nunca fui um grande leitor de jornais, sempre me limitei a ler os títulos, percorrer as páginas na diagonal, lendo sobretudo artigos de opinião, crónicas, por vezes críticas. Gosto de estar informado, mas nunca senti uma grande necessidade de saber muitos pormenores e sempre achei aborrecidos os detalhes dos artigos políticos e económicos. No entanto, gosto de dar uma vista de olhos diária a um jornal, e de me sentar com um numa esplanada ou café ao fim-de-semana, quando tenho mais tempo. Ora infelizmente o nosso panorama jornalístico é verdadeiramente pobre, em quantidade mas sobretudo em qualidade, e já há muito tempo, e na minha opinião tem vindo a piorar progressivamente nos últimos anos. Há muito tempo, costumava ler o Expresso ao fim-de-semana, mas deixei de o fazer há anos, saturado dos editoriais de José António Saraiva, que se tinham tornado verdadeiramente insuportáveis; um dia pensei: "nunca mais compro esta porcaria" e assim foi. Confesso que ainda não o li desde a saída de J.A. Saraiva. Em contrapartida, comprei o 2º número do Sol e achei-o péssimo, e umas espreitadelas ocasionais a números posteriores não me fizeram melhorar nada essa impressão. Leio a Visão regularmente, mas sempre a achei um tanto frívola e desinteressante, uma espécie de versão empobrecida do pior da Time.

Restam os diários. Durante anos, o Público era o que eu lia com mais frequência, comprava-o aos fins-de-semana e lia-o diariamente na net. Mas está a acontecer o mesmo que com o Expresso: a qualidade tem vindo a diminuir, os colunistas melhores a debandar, os que ficam a repetirem-se (mesmo as diatribes do Vasco Pulido Valente, que me davam tanto gosto ler, estão a tornar-se enfastiantes de tão repetitivas e previsíveis). A recente reestruturação foi a machadada final (até o logotipo perderam!) - este domingo tive o mesmo pensamento que anos atrás com o Expresso. Nem sequer o fim da insuportável Xis nos livrou de Laurinda Alves! Por coincidência (e porque o Público de facto não tinha nada que ler), comprei também o Diário de Notícias, que leio ocasionalmente na net e não compro há anos (graças aos tempos do inenarrável Luís Delgado), e agradou-me bastante mais. Acho que vou experimentar mudar de jornal... apesar de ter uma grande resistência a comprar uma publicação onde escreve o João César das Neves. Quanto ao Público, talvez mantenha a 6ª feira, para ler o Ípsilon, que amalgamou o Mil Folhas e o Y, que eram bons suplementos.

Enfim, que panorama jornalístico tão pouco estimulante.

2 comentários:

  1. acabei de pôr on-line um texto sobre o Público que fez hoje anos. contínuo leitor e fã do jornal. e gosto bastante do novo caderno P2.

    bom, basicamente este comentário era só para dizer que é um prazer ler o seu blog e que já andava ansioso por novo post.

    abraço,
    miguel

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  2. Lamento não concordarmos quanto ao Público... Mas admito que o P2 não está mal.

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