domingo, outubro 11, 2009

Viagem a Praga



Estive cinco dias em Praga, que me souberam magnificamente. Há muito tempo que tencionava lá ir, todos os meus amigos e conhecidos que a conheciam lhe teciam sempre rasgados elogios, de modo que fui com alguma expectativa. Que não foi frustrada, apesar de de uma forma um pouco diferente do que imaginava. Mas não é esse - a surpresa - um dos prazeres de viajar?



A cidade é de facto muito bonita, o centro histórico é magnífico, repleto de edifícios belíssimos de diferentes estilos arquitectónicos e com uma disposição que pouco mudou desde a Idade Média / Renascimento, ao contrário da maioria das outras grandes cidades europeias. É esse arranjo arquitectural, combinado com a beleza dos edifícios, que constitui o maior encanto de Praga - ruas cheias de curvas e contra-curvas, pátios, arcadas, recantos; a cada passo depara-se com uma perspectiva diferente de fachadas, janelas góticas, tabuletas renascentistas, espirais de igrejas, etc.



Houve dois aspectos que me desiludiram, provavelmente devido às expectativas alimentadas pelos relatos dos amigos. Um foi a atitude pouco amigável ou mesmo francamente antipática da maioria dos checos - sempre com ar enfadado, indolente e nada prestáveis. Claro que encontrámos muitos simpáticos e amigáveis, mas em geral, diria que são 80/20 de antipáticos/simpáticos. O segundo aspecto foi a multidão de turistas; já sabia que Praga era agora um destino turístico muito popular, mas não imaginava quanto, sobretudo tendo em conta que fui em Outubro. Acho que só vi mais turistas por metro quadrado em Veneza! Talvez por isso, aquele famoso ambiente de nostalgia, magia, mistério, que é tão associado a Praga no nosso imaginário, não existe de todo (ao contrário de Veneza, onde tive a surpresa contrária - apesar das multidões de turistas, a cidade mantém um ambiente único e mágico). Mas talvez indo no Inverno seja diferente.



Last but not least, houve o componente "de férias", lúdico, de estar longe do quotidiano e em boa companhia, e o prazer de estar com o meu amigo companheiro de viagem que nos últimos meses raramente via foi um grande contributo para o bem estar. Como é agradável conversar, comer fiambre fumado e salsichas grelhadas, beber Urquell (a melhor cerveja checa que provei), subir a torres (mesmo com vertigens...), tirar montes de fotografias, discutir as particularidades locais, falar de tolices ou simplesmente aboborar nas esplanadas... Foi uma injecção de boa disposição, e fico já com apetite para a próxima.

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