domingo, julho 05, 2009
Simplex?
Sou um adepto incondicional da simplificação da burocracia, e tenho saudado com entusiasmo os grandes progressos que têm sido feitos nos últimos anos - como o fim do papel selado, a entrega das declarações de IRS pela net, a multiplicação dos notários onde se pode fazer reconhecimentos de assinaturas, por exemplo. Alguns destes serviços não funcionam lá muiito bem - por exemplo, pedi pela net cartões de saúde europeus há2 meses e até agora nada, suponho que se perderam no espaço virtual - mas no conjunto o balanço tem sido inegavelmente positivo.
Infelizmente, provavelmente para não ficarmos demasiado mal habituados a tanta eficiência, apareceu o cartão do cidadão. Teoricamente criado para facilitar, e à partida parecia lógico, pois bastaria tirar um cartão em vez de uma série deles, na prática veio complicar imenso. Há 1 ano, os meus filhos, sempre cuidadosos e arrumados, conseguiram perder todos os respectivos BIs; rumámos à Loja do Cidadão e rapidamente os renovámos, depois de uma passagem igualmente rápida pelo Conservatória do Registo Civil para tirar certidões de nascimento. Há uns 3 anos, quando mudei de casa, precisei de renovar todos os documentos para alterar a morada - passaporte, BI, carta de condução - e lá fui à dita Loja: de uma vez renovei o BI, da seguinte os resantes, sempre rapidamente. Agora, a minha filha, depois de mais uma vez perder o BI, foi tirar o cartão do cidadão. Qual não é o meu espanto quando descubro filas intermináveis, distribuição limitada de senhas logo ao abrir da Loja, que se esgotam imediatamente, tempos de espera infindos. Depois de 3 tentativas infrutíferas, acabo por ir a Setúbal, onde a afluência é menor e lá conseguiu, mesmo assim com senhas e tempo de espera considerável. GRANDE retrocesso!
(Outro mistério burocrático, que penso que antecede o Simplex, é o cartão do utente dos serviços de saúde - em vez de um, passaram a ser precisos dois cartões para o mesmo efeito, já que continua a existir o da ADSE...)
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