sexta-feira, novembro 21, 2008
(Uma espécie de) Marley & Eu
Ele não se chama Marley, nem é um labrador (nem um boxer, ao contrário do que muita gente pensa, mas sim um perdigueiro português). Mas faz-me no entanto lembrar muitas vezes do protagonista do livro de John Grogan. Não é muito esperto, é muito bruto, e nos seus meses de maior energia de cachorrice revelou-se um verdadeiro vândalo, esventrando sofás, despedaçando almofadas, estraçalhando colchas e lençóis, roendo até paredes. Muitas vezes me provocou acessos de desespero e houvemomentos em que maldisse a hora em que decidi dar um sucessor ao meu saudoso épagneul breton.
Mas é tão bonzinho, tão meigo e afectuoso, que quando se encosta a mim a pedir festas e passo as mãos pelo seu focinho macio e quente lhe perdoo tudo. Ou quando me olha com aqueles olhos claros tão incondicionalmente dedicados, ou quando franze o sobrolho de um modo que lhe dá uma expressão tão cómica de seriedade num cão tão pateta. Derreto-me e penso que ao fim e ao cabo posso sempre substituir as almofadas e, agora que ele já fez 2 anos e acalmou bastante, posso esperar pela Primavera para estucar e pintar de novo as paredes. Será que, como diz a minha empregada russa, tenho mesmo "um coração mole"? Talvez, em certos aspectos.
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