domingo, agosto 03, 2008

Free World - A América, a Europa e o Futuro do Ocidente, de Timothy Garton Ash

Soube-me imensamente bem ler este livro. Por um lado, está bem escrito, bem estruturado e bem documentado; já conhecia Timothy Garton Ash pelas suas crónicas do Guardian e consegue perfeitamente escrever um livro de mais de 200 páginas que se lê com agrado. Por outro lado, não só é lúcido e analisa desempoeiradamente as características e os principais problemas actuais do Ocidente, como, o que é extremamente bem vindo e refrescante, sobretudo quando estamos habituados aos oráculos da desgraça que são habitualmente os comentadores políticos (e os portugueses em particular), tem uma postura optimista. Sim, é certo que por vezes, sobretudo no final, soa demasiado optimista ou mesmo um pouco lírico, mas é fundamental que alguém de vez em quando diga claramente que nunca na história do Mundo, e do Ocidente em particular, nunca houve um período em que tanta gente vivesse tão bem, e que se existem problemas, como certamente sempre existirão, existe também a capacidade de os enfrentar e nunca estivemos mais preparados nem com mais capacidade de intervenção do que agora.

Subscrevo inteiramente a divisa de Romain Rolland que o autor cita num dos capítulos finais, quanto à atitude que defende: "pessimismo do intelecto, optimismo da vontade". É assim que acho que nos devemos conduzir - realistas, com a capacidade de ver as coisas como elas são, mas sem assumir a pose de arautos da desgraça ou do desinteresse, e contribuirmos na medida das nossas possibilidades e talentos para que as coisas corram bem, ou seja, mantermo-nos interessados, informados e com espírito cívico.

(Timothy Garton Ash, na sequência da publicação deste livro, criou o site FreeWorldWeb, dedicado a esta temática, para quem esteja interessado fica o link)

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