Transcrevo de seguida uma passagem do livro de Timothy Garton Ash, Free World, que se refere ao desgosto do autor com a imprensa em geral e a britânica em particular, porque exprime exactamente o que eu penso, nomeadamente a respeito da portuguesa.
"Mas também precisamos de uma revolta dos jornalistas. Afinal, são os jornalistas, e não os proprietários, quem efectivamente escreve e edita os jornais. Algumas das pessoas mais inteligentes, com melhor educação e mais empreendedoras da Grã-Bretanha enveredam pela carreira do jornalismo. Escrevem de modo rigoroso, sério e brilhante nos jornais semanários, em livros e em revistas americanas. [...] Porque não podemos restaurar nos jornais diários britânicos a nossa grande tradição de relato rigoroso, vivo e imparcial de notícias? Talvez ficássemos supreendidos com o número de leitores que adeririam a um jornal assim."
Pois é, eu também acho que haveria gente que gostaria de ler boa imprensa, e que de bom grado a pagaria, em vez dos verdadeiros tablóides em que os nossos jornais supostamente sérios se transformaram. Não haverá quem comece? Nem que fosse como um projecto na internet, que se expandiria posteriormente conforme a resposta?
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