Enquanto estive em Nova Iorque, vi duas excelentes exposições:
No Limits, Just Edges: Jackson Pollock Paintings on Paper - Há muito tempo que Jackson Pollock é o meu pintor americano favorito, penso que desde a minha primeira ida aos Estados Unidos e a descoberta das suas telas "ao vivo". Por pouco perdi esta exposição (vi-a no último dia), o que teria sido uma pena. Além de vários desenhos magníficos, mostra a evolução do pintor ao longo de 25 anos, o que é sempre extremamente interessante, sobretudo quando, como no caso, se dá a passagem do figurativo ao abstracto. (Lembro-me de ver há uns anos uma exposição de Mondrian no CCB que também abarcava esta evolução, e que me fez apreciá-lo mais.)
Como brinde, tive a exposição que estava na rampa espiral, que não me teria atraído só por si mas que foi uma agradável descoberta: o trabalho do atelier de arquitectura de Zaha Hadid, que eu não conhecia, com maquetas e fotografias espectaculares, e admiravelmente exposto, em que o interesse pela obra vai crescendo à medida em que se avança pela espiral. E o edifício de Frank Lloyd Wright é sempre um prazer de redescobrir.
Cézanne to Picasso: Ambroise Vollard, Patron of the Avant-Garde - Esta vi-a por acaso; reparámos nos cartazes ao passar em frente do Metropolitan e uma amiga (que aprecia mais os impressionistas que os expressionistas abstractos e que estava um tanto céptica quanto à de Pollock - depois rendeu-se, devo dizer em seu abono!) teve vontade de ver e entrámos. Foi uma sorte, porque a exposição é excelente. Muitas obras dos melhores pintores dos fins do século XIX e princípios do XX passaram pelas mãos de Vollard, e a exposição apresentava uma colecção notável, sobretudo de Cézanne, Gauguin e Picasso, com alguns quadros muito bons de Renoir, Degas e outros. Os retratos de Vollard deixam-nos verdes de inveja - que sorte ser retratado daquela forma por aqueles pintores! Sobretudo os de Cézanne e Picasso, que são soberbos. Gostei também especialmente dos livrinhos de poemas de Verlaine ilustrados por Rouault. E claro, aproveitei para rever as galerias de impressionistas e de Rodin do Metropolitan, que são talvez as melhores do mundo, mesmo incluindo o Musée d'Orsay.
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