domingo, dezembro 26, 2010
City Boy, de Edmund White
City Boy é uma memória inteligente e bem escrita de uma certa Nova Iorque nos anos 60 e 70, da vida boémia do período de libertação sexual (liberdade e libertinagem) que se seguiu ao conservadorismo dos anos 50 e precedeu a epidemia de SIDA nos anos 80. White, que viveu intensamente essa época, descreve-a com franqueza e sem moralismos, com uma certa nostalgia mas também com espírito crítico e humor. Evocando os hábitos e aventuras sexuais a par do seu desenvolvimento como escritor e dos seus contactos com o mundo artístico e literário do tempo, o livro está recheado de pequenos retratos de pessoas conhecidas (como Susan Sontag, Robert Mapplethorpe, James Merrill, Jasper Johns, Peggy Gugenheim) e muitas outras menos conhecidas, cujo conjunto reconstitui um ambiente de forma extremamente vívida, o que é o que torna mais interessante a leitura de memórias. Li pouco de Edmund White (gostei muito de um livro de contos, Esfolado Vivo, e pouco do seu famoso A Boy's Own Story), mas este livro deixou-me mais interessado em ler mais alguma coisa dele. E também tenho vontade de ler a memória de Patti Smith publicada este ano.
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