Nunca tinha lido de Pierre Loti, mas fiquei com vontade de o fazer, depois de ter estado no Café Pierre Loti em Istambul, de modo que procurei no inesgotável gutenberg project e li online o livrinho Aziyadé, de 1879, sobre a sua estadia nessa cidade. É um texto agradável, de um orientalismo muito à século XIX, repassado de uma nostalgia sensual, e que é engraçado ler conhecendo os lugares evocados - Eyüp, os cemitérios, o Bósforo, o bairro de Pera (actual Beyoglu), Fener, o Corno de Ouro - e imaginá-los no final do período otomano, quando o Império, já em plena decadência, era o sick man of Europe.
Conhecer o cenário de uma narrativa dá-nos outra perspectiva: do lugar e do texto. Quase nos sentimos próximos do autor, íntimos das paisagens...São prolongamentos muito gozosos das viagens físicas, outra forma de enquadrar as palavras escritas.
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