sexta-feira, fevereiro 12, 2010

The Spider's House, de Paul Bowles



Já não me lembro como me chegou às mãos O Céu Que Nos Protege, de Paul Bowles, há já muitos anos, mas lembro-me de que gostei imenso desse livro; da história, mas sobretudo do tom, do ritmo, do ambiente admiravelmente transmitido pelo autor. Li desde então vários livros de Bowles, e é sempre bom descobrir mais um.

The Spider's House não é o melhor, mas é muito bom. Mais uma vez passado em Marrocos, onde Bowles viveu grande parte da sua vida e que está presente na maior parte dos seus escritos, o livro foca a época da luta pela independência, em 1955. Crítico em relação aos Franceses e aos Nacionalistas marroquinos, narrado através das perspectivas de um rapaz marroquino de Fez e de um escritor americano desencantado, o livro reflecte um amor incondicional pela cultura tradicional de Marrocos e simultaneamente critica essa atitude de admiração "estética" por parte dos ocidentais - It did not really matter whether they worshipped Allah or carburetors - they were lost in any case. In the end, it was his own preferences which concerned him. He would have liked to prolong the status quo because the décor that went with it suited his personal taste. Como esta frase se aplica hoje em dia a tantas opiniões "politicamente correctas", que traduzem uma certa atitude ocidental de condescendência face ao chamado Terceiro Mundo!

Igualmente actual, explicando de forma simples e concisa muito do terrorismo islâmico, é a frase: He understood why they were willing to risk dying in order to derail a train or burn a cinema or blow up a post office. It was not independence they wanted, it was a satisfaction much more immediate than that: the pleasure of seeing others undergo the humiliation of suffering and dying, and the knowledge they had at least the small amount of power necessary to bring about that humiliation.

1 comentário:

  1. Não percebi o último período do segundo parágrafo. Queres elaborar?

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