Mais um livro de um autor sueco que comprei em Estocolmo. É interessante, mas ficou aquém das minhas expectativas depois de ler as críticas na contracapa, ao contrário dos outros, que as excederam. O chamado realismo fantástico é utilizado soberbamente por muitos autores, de Gabriel García Márquez a Salman Rushdie, passando por José Saramago, e o tema da imortalidade / viagens no tempo, muitas vezes tratado em livros de ficção científica, deu origem a muitos livros facsinantes. Este livro toma como ponto de partida a imortalidade da personagem principal, o jogador Rubashov, para tratar o tema do Mal ao longo do século XX, que de facto foi particularmente pródigo em situações arrepiantes - Rubashov testemunha / vive a 1ª Guerra Mundial, o extermínio dos kulaks, os programas eugénicos nazis, o Holocausto, a Guerra Fria, o terrorismo do IRA, a guerra dos Balcãs. O livro é interessante, Vallgren escreve bem, mas esforça-se demasiado por transmitir a sua ideia - fica-se com a sensação a partir do meio que já disse o que tinha a dizer e que há mutas páginas supérfluas. E nos últimos capítulos, certifica-se de que percebemos bem a mensagem, em passaens como: "Loss is perhapsthe only constant in humankind's existence, corruption its godmother, and Rubashov had to experience this as few others. [...] Joseph Rubashov symbolises all the widows, widowers, orphans, the abandoned, deceived, mourning, terrified, all those tormented, bullied, expelled, enslaved, prosecuted, totured; but he has a uniquely dual role, as he also represents: all the survivors, those whose fate has often been many times worse than those they survived. He is a case study in the mechanisms of suicide, he symbolises the wretchedest of the wretched: those who want to die, but cannot."
Preferiria um pouco mais de subtileza e menos explicações... Mas mesmo assim, um bom livro.
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