sábado, fevereiro 10, 2007

Le Temps qui Reste, de François Ozon


Gostei muito deste filme. Fez-me lembrar em muitos aspectos My Life Without Me, de Isabel Caixet, sobre o mesmo tema. É um filme sensível e tocante, com uma excelente interpretação de Melvil Poupaud. A dieia da morte em breve, inevitável, provoca simultaneamente receio e fascínio. É fácil identificarmo-nos com o protagonista, com a sua perturbação, com a atitude de suprema liberdade perante um fim próximo, que obriga a repensar a noção de responsabilidade, do que fazemos nós aqui, do que fazer com o tempo que resta. François Ozon trata o assunto de forma inteligente e sensível, sem cair na pieguice e exprimindo muito bem a imperfeição e a fragilidade humanas. Já tinha visto um outro filme seu sobre a morte, Sous le Sable, esse sobre a perda, de que também tinha gostado, mas achei este ainda melhor. E tal como em My Life Without Me, termina-se o filme sem tristeza nem regret, com uma sensação de serenidade e missão cumprida, de que a vida é finita e que isso não faz assim tanta diferença. Muito bom.

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