sábado, setembro 16, 2006

A propósito de Prime, de Ben Younger

O filme Prime (Terapia de Amor em Português) é uma comediazinha romântica, bem disposta, que vale sobretudo pelas actrizes - Meryl Streep excelente e Uma Thurman belíssima - e por alguns momentos hilariantes. No entanto, o assunto - a relação de uma mulher de 37 anos com um rapaz de 23, focada nos problemas da diferença de idades - fez-me pensar num caso análogo, passado com uma amiga minha. Aos 30 e poucos anos, iniciou um caso com um rapaz de 20 e poucos; além das suas próprias dúvidas sobre o futuro de uma relação com uma tão grande diferença de idades, questões como filhos, compatibilidades de amigos, envelhecimento dela antes do dele, etc, enfrentou muitas críticas de pessoas que a rodeavam. Mas - tal como no filme - ele fazia-a imensamente feliz (e vice-versa), e estava a viver a relação que de longe a satisfizera mais até ao momento. E, ao contrário das previsões de tantos "urubus" - e ao contrário do desenlace do filme - passados quase 10 anos eles continuam juntos e felizes. E mesmo que um dia se desentendam e separem, quantas relações resultam em 10 anos de felicidade? Falo nisto apenas para salientar que as coisas nem sempre são tão lineares como se pensa à primeira vista, e porque - talvez influenciado por este caso da vida real dos meus amigos - tive pena que o filme optasse pelo final convencional - o episódio com a mulher mais velha como um rito de passagem no crescimento do jovem macho, encarado com simpatia mas claramente como uma etapa passageira.

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